Encontrando Portas

Seria comum falar abrindo portas, mas daí comecei a lembrar das inúmeras pessoas que cruzaram o meu caminho e não sabiam encontrar portas nem abri-las.
Sabe por quê?
Porque não sabiam que elas mesmas eram a chave mestra de suas vidas.
As lembranças percorrem meus pensamentos e tornam-se claras é como se o passado fosse presente e repentinamente pudesse rever várias pessoas e várias portas trancadas. Lágrimas derramadas e caminhos interrompidos.
Lembro de uma adolescente que chegou para conversar e disse que estava grávida. Uma gravidez não desejada. Seu choro comovente cheio de desespero, medo e dúvidas me fazem pegar um papel e nele - relembro como agora - desenho duas linhas cada uma com uma porta. Na primeira linha aponto para a vida que levava até então, na segunda linha pergunto:
- O que você quer construir, quais os seus sonhos, quais são os seus objetivos?
- Ainda posso ter sonhos? Posso construir outros caminhos?
- Sim! A vida te convida a abrir uma nova porta e neste novo caminho construir novos sonhos. Veja quantas portas você poderá abrir, quantas coisas maravilhosas poderá viver (estudar, trabalhar, ser mãe, ser mulher, aprender, ser feliz ...)
- Mas, e esta criança?
- Ela é uma das novas portas. Um convite para aprender a amar!

Isso aconteceu há seis anos atrás, a adolescente se tornou mulher, chave mestra de sua vida e de suas portas, mãe de um lindo menino. Continuou estudando (não desistiu nenhum ano), procurou emprego, mora com o pai da criança e são felizes. Esta não é uma história de contos de fadas, é uma história da vida real.
A diferença é que a jovem descobriu que o que parecia um fracasso era o começo de um grande sucesso. Do seu autoconhecimento e afirmação dos seus sonhos.
Ela deu o salto intelectual, mudou seu estado de espírito, colocou o problema de outra maneira, procurou amigos para conversar, saiu do problema e resolveu seu desespero, seu medo e sua angústia.
Foi otimista diante das dificuldades porque sabia que elas bateriam na porta. Pediu ajuda, foi paciente, chorou quando não tinha evidências e procurou forças quando não via saída.

Se tudo parece ir contra a correnteza para o barco da tua vida, descansa um pouco, respira, procure pessoas da tua confiança e converse com elas. Procure ajuda de um profissional e peça ajuda.
A cada segundo temos a oportunidade de encontrar uma porta e abri-la, de recomeçar, de transgredir, de chorar, de sorrir, de perder, de ganhar, de se reconhecer como humano e de ser feliz.

“A criação de novas estruturas mentais e o salto intelectual só podem se efetuar quando se rompem antigos esquemas de pensamento. Trata-se de se abrir para achar entre você e o problema um elemento diferenciado, uma informação precipitadora de uma reação neurônica em cadeia. Utilize esse procedimento em sua vida cotidiana para resolver as questões difíceis”.
Coéffé

Até breve,
Aldvan Figueiredo.